por Wilson Francisco
Hoje, Senhor, quedo-me diante de ti para confessar que estou descobrindo caminhos novos.
Diante de criaturas que falam de suas dores, consigo ouvi-las com a alma.
Antes, havia um burburinho em minha alma e eu tinha uma infinidade de verdades,
de ansiedades que se acotovelavam em meu peito, impedindo-me de sentir a dor do outro.
Eu consigo me calar integralmente e, então, as palavras das outras pessoas penetram em meus ouvidos
e deslizam pelo meu corpo e alma e encontram guarida em meu coração e um porto seguro em meus pensamentos.
Sabe, Senhor, às vezes eu nem preciso responder ou finalizar caminhos.
Elas, as outras pessoas, por si só vão encontrando soluções para os seus problemas.
É maravilhoso, Senhor, observar essas outras pessoas andando calmamente, após ter realizado suas confissões.
Assemelham-se a passarinhos que encontram seus ninhos e as mães que as acalentam no peito.
Uma outra descoberta eu fiz, Senhor.
Posso ver as pessoas em situações de um jeito diferente.
É gostoso ver o outro lado, ver o que elas sentem e pensam sem que eu faça um julgamento pré-concebível.
Antes eu observava tudo com os olhos de ontem,
tendo como referência o que aprendera ou as atitudes que elas tiveram no passado.
Era complicado e, às vezes, doloroso.
Pois é, agora estou aprendendo a olhar, com o coração... olhar a alma de tudo e de todos.
É só dizer o que sinto em sintonia com o universo ou com a alma da própria pessoa.
Aprendi que não tenho todos os caminhos nem soluções.
Sou também um viajante desse universo e só posso iluminar meus caminhos ou aqueles que eu já percorri.
O que posso dizer, Senhor, é que elas façam o melhor por si mesmas,
amem-se intensamente e se perdoem infinitamente.
Ah, Senhor! Quantas pedras carreguei em meus ombros; quantas imagens nocivas guardei em meu cérebro e coração.
Agora, quero ser livre, quero me libertar de medos e culpas para poder levar com mais leveza minha vida.
Fonte: http://somostodosum.ig.com.br/clube/c.asp?id=21967
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